terça-feira, 29 de novembro de 2011

III COLÓQUIO INTERNACIONAL EDUCAÇÃO E VISUALIDADES: INCÔMODOS

Nos dias 01 e 02 de dezembro, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campus de João Pessoa, acontecerá o III Colóquio Internacional Educação e Visualidades: Incômodos.

O evento tem como objetivo congregar pesquisadores de várias partes do país e do exterior para trocar experiências, ter acesso a perspectivas inovadoras sobre os temas e suas tecnologias e aperfeiçoar o trabalho em redes e grupos de trabalho. O público preferencial, formado por estudantes e professores da área de Artes Visuais e profissionais de áreas afins, poderá acompanhar as reflexões e participar dos debates.

Fechando as malas e embarcando daqui a pouco!

domingo, 27 de novembro de 2011

ARTE DIGITAL, AS MUDANÇAS DO VOCABULÁRIO CONTEMPORÂNEO DE ARTISTAS DE MINAS EM SALA DE AULA

                                                       FAD - Festival de Arte Digital 2011/BH

O vocabulário contemporâneo mudou, assim como as plataformas de criação utilizadas por artistas no desenvolvimento de suas obras. Há conteúdo artístico elaborado por meio de computadores, softwares, hardwares, celulares, filmadoras, câmeras digitais e dispositivos eletrônicos e digitais com baixa ou alta tecnologia. Para muitos, a arte atual não se orienta para rupturas, mas para encontros, misturas que fazem seus elementos se renovarem. A mistura, o caos, a multiplicidade de possíveis conexões é objeto dessa nova arte.

Para Alexandre Milagres, coordenador de ações pedagógicas, co-produtor dos laboratórios e seminários das edições do Festival de Arte Digital, a web arte procura estabelecer novas conexões, novos arranjos, novas formas de interação em vez de se diferenciar de alguma estética.

Para ele, "definir a videoarte é tão difícil quanto definir a própria ideia de vídeo. Podemos começar pensando que vídeo é apenas o que é gravado pelas câmeras digitais, mas vai, além disso, pois essa imagem é levada para computadores que a cortam e a alteram também, e ainda vamos mais além, pois não somente câmeras produzem imagens digitais em movimento. Computadores também produzem imagens digitais em movimento sem ter que apontar qualquer lente para o mundo. Imagens de puros bytes, de várias formas, com movimentos variados, cores variadas, efeitos variados e assim por diante. A videoarte é então a arte do vídeo, a arte da imagem captada ou confeccionada digitalmente, da imagem editada, alterada, misturada e transformada em outras, ainda em movimento. A videoarte é a arte da produção audiovisual digital, seja qual for a fonte imagética dessa produção, desde que o resultado sejam imagens que se desenrolem quadro a quadro, frame a frame, 15, 24, 30, 60 ou mesmo 1000 frames por segundo. Mas essa é apenas uma definição técnica. Se formos atrás de uma definição conceitual, a conversa vai muito mais longe. Há quem chame a arte do vídeo como a arte do entreimagens, uma arte que pensa por meio de imagens, ou o mais importante, uma arte que pensa as imagens do mundo, as representações, as máscaras, o visível, o imaginável. Uma arte que as pensa, mostrando suas superficialidades e suas profundidades, ou apenas brincando com elas, fazendo-as colidirem, como galos de briga, como imagens nervosas."

E sobre a questão da videoarte questionar a própria definição de arte, ele assim discorre:
"Vai depender de qual definição de arte estamos falando. A videoarte é parte importante para entendermos a definição da arte contemporaneamente, uma arte que mistura movimentos, mistura estilos, mistura imagens, bricolando épocas e artistas de momentos distintos e levando-os e exibindo-os em um mesmo espaço. Essa arte é parecida com a própria videoarte e podemos inclusive dizer que nasceram em um mesmo momento. É claro que “arte” é um termo mais antigo, porém, um termo cuja definição e contextos se alterou muito com o passar dos tempos, e se falarmos do que se tornou dos anos 1960 para cá, falaríamos de um percurso muito próximo ao próprio percurso da videoarte que “nasceu” nessa época e “viveu” os mesmos problemas, questionamentos, dúvidas que a própria arte contemporânea viveu. Falar de arte hoje, assim como falar de videoarte, é falar de misturas, de convivência de técnicas e estilos, de apropriações, de colagens, de ações que ligam a arte ao mundo e às pessoas."

Sobre a diferença entre videoarte, cinema e televisão, ele pontua da seguinte maneira:
"Seria tudo mais simples se fosse apenas assim: Videoarte é um meio audiovisual eletrônico/digital com produtos que começam e terminam em um certo tempo. Cinema é um meio audiovisual feito em película, com produtos que começam e terminam em um certo tempo. E televisão é um meio onde as imagens eletrônico/digitais são exibidas continuamente sem parar. Mas essas divisões não ajudam muito se pensamos que cinema também vendo sendo feito digitalmente, que no vídeo existem muitas imagens feitas inicialmente em películas 8mm, e que a televisão de hoje está cada vez mais próxima de se tornar um banco de imagens, ao invés de apenas um equipamento que somente exibe infinitamente. Pra ser sincero não gosto muito de dividir as artes. Elas funcionam melhor quando retiramos as diferenças e as aproximamos. No fundo, são todas artes do movimento e do tempo, produzindo imagens que nos fazem lembrar do que já vivemos e a imaginar o que nunca vivemos."

Sobre o fato de a fotografia ter demorado tanto para ser aceita como arte (e muitos ainda, não a considerarem) e sobre como a videoarte está presente nos mais importantes eventos internacionais de arte em tão pouco tempo, dessa forma ele pondera:
"Ela está presente, ou quase onipresente, pelo simples fato de ser maleável e propícia aos encontros e às misturas tal como a própria arte contemporânea é. Suas qualidades técnicas ajudam muito nisso. Muitos são os artistas hoje, e falo não somente dos ditos videoartistas, que querem levar para suas exposições, para dentro de suas instalações uma imagem de rua, uma imagem do mundo em movimento. O vídeo é a ponte dessa arte com esse mundo vivo e em movimento. Por isso a ideia de “entre” ligada ao vídeo. A videoarte prolifera nas galerias não somente enquanto uma proposta estética, mas muitas vezes como uma ponte dos artistas com algum elemento que só seja possível entrar em sua obra através do vídeo."

Sobre a identificação do elemento humano, na atualidade, com os avanços da tecnologia, ele destaca que:
"o elemento humano está como sempre esteve, na delicadeza, na rememoração, no sonho, na coragem, na proposta de uma mistura nunca antes vista. O humano está nas decisões, nas escolhas, nos desejos tornados imagens. Os avanços tecnológicos sempre trarão novos leques de possibilidades, mas a criatividade para utilizá-los não vem junto. Por isso, há tanta videoarte ruim, tanta webarte ruim, instalações interativas ruins, pois tecnologia não quer dizer um bom arranjo. Mas quando algo nos toca, quando uma webarte, uma videoarte, uma instalação me impressiona, não é apenas pelo seus aparatos ou efeitos, mas principalmente por existir um artista por trás delas que as utilizou para me encaminhar entre sensações que não esperava."

E com relação a possíveis especificidades na produção brasileira ou mineira, ele comenta:
"Não há uma especificidade na produção brasileira, assim como não há uma especificidade na produção de qualquer país, pois muitos são os caminhos e estilos e técnicas utilizadas por cada artista. Tentar reuní-los em uma mesma característica seria forçar algo. As especificidades quando se dão às vezes acontecem reunindo artistas de países e culturas muito diversas, que por caminhos diversos vem pesquisando e experimentando por um mesmo caminho. No mais, é muito difícil falar em algo geral. Agora quanto a Minas, podemos falar sim de uma expressividade nacional, ou mesmo em uma expressividade internacional. Alguns dos videoartistas mais consagrados no país e fora são mineiros como Eder Santos e Cao Guimarães. Há uma grande escola de videoarte por aqui."


O 5o FESTIVAL DE ARTE DIGITAL EM BELO HORIZONTE

Grandes nomes da arte digital mundial se encontraram na 5a edição do Festival de Arte Digital – FAD 2011. Realizado entre os dias 1º de setembro e 02 de outubro, em Belo Horizonte, o evento reuniu trabalhos na área digital, que são referências nacionais e internacionais. A proposta do FAD é a de contribuir para a discussão e criação de novos formatos audiovisuais que surgem com as novas tecnologias e mídias digitais. Além disso, convidar a população a uma reflexão sobre essas transformações, possibilitando a troca de informações com experientes realizadores, diretores, técnicos e produtores audiovisuais do Brasil e do mundo.

O tema do FAD deste ano foi a Cinética. Sendo assim, o movimento é o elemento base das obras que foram vistas este ano. Os trabalhos realizaram um diálogo entre si de forma mais próxima e contínua. Ao todo, foram apresentados 21 produções, entre performances, instalações e oficinas, originários de países como França, Itália, Alemanha, EUA, Portugal e Brasil. Durante trinta e três dias, o público contou com uma diversificada programação, que se divide em: FAD Performances, com oito performances audiovisuais; FAD Galeria, com onze instalações audiovisuais interativas; FAD Simpósio, com um simpósio que apresentará quatro debates; e FAD Laboratório, com cinco oficinas.

O FAD Galeria chegou com trabalhos que promoveram interação entre a arte e o público. Instalações interativas, paisagens e objetos animados pelos próprios visitantes, montaram um ambiente desafiador e intrigante. O norte-americano Brandon Barr, apresentou “Hidrostatic Journey to the Origins of Consciousness”. Deitado em um colchão d’água, o espectador assiste a um vídeo projetado em uma tela. A câmera, posicionada no fundo de um tanque, filma, apontada para o céu, enquanto o tanque é transportado de Kansas ao Rio Missouri e de volta à cidade. Karina Smigla-Bobinski, da Alemanha, chega com “ADA”, uma “criatura” pós-industrial que é animada pelos visitantes. O globo, quando em ação, cria uma composição de linhas e pontos que permanece incalculável em sua intensidade, expressão e forma, não importando o quanto o visitante o tente controlar.



Entre as inúmeras apresentações no FAD Performance, esteve a dos mineiros Aruan Mattos e Flavia Regaldo, com “Cicloritmoscópio”. Ensaios fotográficos de diferentes bairros de Belo Horizonte são projetados através de uma estrutura cinética móvel. A exposição é feita com acompanhamento de músicas tocadas ao vivo, mostrando a construção entre elementos visuais e sonoros. Já o Italiano Mikkel, em “Do you sync”, mistura sensações humanas, como medo, alegria, raiva e tristeza, em uma performance audiovisual baseada em ruídos minimalistas, samples e ritmos, com visualizações que utilizam elementos geométricos primitivos. Essa apresentação é fruto da parceria do FAD com o festival roBOt, de Bologna, dentro da programação do Momento Itália-Brasil (MIB).


As oficinas foram com temática livre, nas quais o público pode conhecer novas ferramentas de áudio e vídeo, além da criação de trabalhos de interação, como software livres e apps, para uso profissional ou particular. Nacho Duran e Marcelo Kraiser foram alguns dos responsáveis pelos trabalhos. Durante os quatro dias de Simpósio, foram debatidos os temas: “Arte Digital – Grupo Poéticas Digitais”, com Gilbertto Prado; “Tudo é movimento: da cinética dos autômatos às vanguardas cinéticas do século XX”, com Nina Gazire; “Festivais Europeus e suas Redes”, Francesco Salizzoni; e “V Performance Audiovisual em Meios Digitais e Analógicos”, com Eric Marke.

A quinta edição do Festival de Arte Digital contou com o patrocínio da Petrobras e co-patrocínio da Contax. Como apoiadores estão o roBOt, o consulado italiano, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Prefeitura de Bologna, a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Ministério da Cultura/Governo Federal) e a Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte).



SERVIÇO

5º FESTIVAL DE ARTE DIGITAI – FAD
FAD Galeria: 1º de setembro a 2 de outubro
FAD Performance: 1º a 3 de setembro
FAD Simpósio e FAD Laboratório: 5 a 8 de setembro
Local: Museu Inimá de Paula
Endereço: Rua da Bahia, 1201 – Centro – Belo Horizonte/MG
Entrada gratuita
Informações: http://www.festivaldeartedigital.com.br/

FAD EDUCATIVO: Inscrições para os painéis do Simpósio e as oficinas do Laboratório devem ser feitas pelo e-mail educacional@festivaldeartedigital.com.br
Instituições de ensino púbicas ou particulares que tiverem interesse em agendar visitas guiadas devem entrar em contato pelo e-mail educacional@festivaldeartedigital.com.br ou pelos telefones (31) 3213-4320 / 9546-3322.






FAD PAPO 2011


                                                                 FAD PAPO 2011
O Festival de Arte Digital – FAD – buscou disseminar o conhecimento sobre arte digital na capital (mas é nossa intenção fazer ecoar no interior também). Além da programação extensa do festival, que aconteceu até o dia 02 de outubro, no Museu Inimá de Paula, uma parceria com faculdades foi realizada. Então, surgiu o FAD PAPO 2011. A ideia é a de promover um encontro entre profissionais, pesquisadores da área digital e alunos das instituições, propondo um debate do meio acadêmico sobre o tema.
O 1o ENCONTRO DO FAD PAPO 2011
O primeiro encontro será nesta sexta-feira (09.09), no Auditório da Escola de Belas Artes da UFMG, às 14h. O convidado será Guilherme Castro, com o tema “Tecnologia digital e aplicações musicais”. Na ocasião, será discutido como o uso das tecnologias digitais mais recentes tem reconfigurado a prática musical de diversas maneiras; e as aplicações possíveis para um diálogo entre estúdio e performance ao vivo, através de programações desenvolvidas para a banda SOMBA e para o trabalho autoral GASTROPHONIC, dentre outros.
Guilherme Castro – é bacharel em Composição Musical (UFMG); mestre na área de música e tecnologia (UFMG) e doutorando em fundamentos teóricos sobre música e tecnologia (UNICAMP). Já atuou como músico, compositor, arranjador, técnico de som e produtor musical (em trabalhos como: Gastrophonic, SOMBA, Makely Ka, Maísa Moura, A Outra Cidade, Cartoon, Cálix, Orquestra Mineira de Rock, Vezga, entre outros), além de ter trabalhado como programador musical de ringtones (TAKENET). Atualmente é coordenador do curso de licenciatura em Música do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix e professor de História da Música Popular Brasileira no curso de pós-graduação em Produção e Crítica Cultural do IEC-PUC/MG.
O 2o ENCONTRO DO FAD PAPO 2011
Com a proposta de continuar a incentivar as discussões sobre temas relacionados à arte digital no meio acadêmico, aconteceu no dia 13 de setembro, às 19h, na Casa UNA, o segundo encontro do FAD PAPO 2011. O convidado foi Carlos Henrique Falci, que abordou “Memória e arte digital”.
As discussões tiveram como eixo central a criação de memórias coletivas, em ambientes programáveis, e o uso de metadados como auxiliadores no processo de intercruzamento entre memórias comunicativas e culturais. Além disso, foi apresentado um projeto, que utiliza metadados, desenvolvido para memórias de mídias móveis.

Carlos Henrique Falci – é doutor em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais. É professor no curso de Cinema de Animação/Artes Digitais, na área de arte mídia, na Escola de Belas Artes da UFMG. É membro do grupo de Pesquisa 1maginári0, da UFMG, que produz e investiga obras que conjugam arte e tecnologia. Atualmente, desenvolve pesquisas sobre produção de memórias culturais com uso de metadados e mídias móveis, financiada pela FAPEMIG. Participou de congressos no Brasil e no exterior, em que discute a relação entre memória e tecnologia.

O 3o E ÚLTIMO ENCONTRO DO FAD PAPO 2011O último encontro do FAD PAPO 2011 aconteceu no dia 22/09, com a presença do doutor em Literatura Comparada pela UFMG, Marcelo Kraiser. O evento fez parte da programação especial de aniversário dos 40 anos da Faculdade de Comunicação e Artes da Puc Minas.

O tema discutido foi “Entre o analógico e o digital na criação de sons e imagens”. Kraiser irá apresentar o processo de criação de imagens e sons em vídeos desenvolvidos por ele. Além disso, a transição de fotografias, poemas visuais, músicas para performances, danças e cenas teatrais entre meios analógicos e digitais.

Marcelo Kraiser –  é professor da Escola de Belas Artes da UFMG, graduação nas disciplinas de desenho e fotografia. Doutor em Literatura Comparada pela FALE/UFMG com tese sobre o pensamento de Deleuze e Guattari e a literatura de Clarice Lispector. Artista plástico, poeta, ilustrador e videomaker. Realizou 11 exposições individuais e participou de mais de 40 coletivas em artes plásticas. Compõe trilhas sonoras para performances e dança, colaborando com a Benvinda Cia. De Dança, Quick Cia de Dança, dentre outros. É autor do DVD Para Teus Olhos, com 20 vídeo-poemas, livremente baseados na obra de Clarice Lispector. Dentre os livros publicados de poemas visuais, destacam-se Corpos Seriais e Lucia Rosas, em colaboração com a poeta Vera Casa Nova. Foi um dos coordenadores do projeto ligado à improvisação entre corpo, tecnologia e música Improvisões, no Teatro Marília, Belo Horizonte. Lançou em 2009 em coautoria com Paola Rettore o trabalho Pequenas Navegações, livro e DVD com poemas textuais, sonoros e visuais. Fundou o Creuza-Grupo de Improvisação em Dança, Som, Imagem e Palavra. Mais recentemente participou na concepção, trilha sonora e construção de instrumentos nos espetáculos 10xTorsões e Anjos, Laranjas e Jaburus com a bailarina Izabel Stewart, e da ZIP, Zona de Invenção Poética com performances e poemas visuais.

Bibliografia sugerida para a elaboração de atividades pedagógicas:
COSTA, Cristina. Educação, imagem e mídias. São Paulo: Cortez, 2005.
KRAUSS, Cristina. Apontamentos sobre Video Arte no ensino/aprendizagem de Artes Visuais. Belo Horizonte: EnsinArte, 2009.
PILLAR, A.; VIEIRA, D. O vídeo e a metodologia triangular no ensino da arte. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Fundação Iochpe, 1992.

sábado, 26 de novembro de 2011

QUADRINISTAS MINEIROS, A PARTIR DO 7o FIQ (FESTIVAL INTERNACIONAL DE QUADRINHOS), EM SALA DE AULA DE ARTES VISUAIS




O maior evento de quadrinhos brasileiro reuniu a imensa maioria do pessoal que faz HQ no Brasil. Com 13 convidados internacionais, mais de 50 quadrinistas nacionais e 8 exposições, o Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte realizou sua sétima edição (bi-anual).

 


Toda a programação aconteceu na Serraria Souza Pinto (av. Assis Chateaubriand, 809), das 9h às 22h com entrada é gratuita, porém eventos como palestras e bate-papos tiveram limite de participantes.









A edição do ano fez homenagem a Maurício de Sousa - desde o cartaz com a Turma da Mônica -, que abriu o evento. Outro nome que foi lembrado este ano foi o de Carlos Trillo, convidado do evento que faleceu no início do ano. As oficinas, sessões de autógrafos, lançamentos e avaliações de portfólios aconteceram na recém-batizada Arena Carlos Trillo.


Os artistas mineiros se preparam para mostrar trabalhos e brigar por novos mercados conforme se pode verificar na entrevista veiculada pelo jornal Estado de Minas:

“O importante é colocar a mão na massa, não ficar cheio de medinho e achar que não tem espaço no mercado, porque tem sim”, recomendaram os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá na última passagem pelo Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, o FIQ. Era 2009 e naquela época a aspirante a desenhista Luciana Cafaggi ziguezagueava pelos corredores do evento à procura de um norte na vida. Passados dois anos, ela voltará a caminhar entre exposições, debates e lançamentos, mas a postura será outra.

A próxima edição do FIQ, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte por meio da Fundação Municipal de Cultura, começa dia 9 de novembro. Em vez de caça de autógrafos, é bem provável que Luciana dê autógrafos, quem sabe até para os badalados gêmeos. É que enquanto eles lançam o premiado livro Daytripper no festival mineiro, ela estreia no mercado independente com Mixtape, uma pequenina e charmosa revista em formato de fita cassete com quatro histórias. “Lembro-me de eles falarem: ‘Você só vai alcançar seu sonho se começar a fazer de verdade’. Foi o que fiz”, conta.

Do próprio bolso, Luciana Cafaggi pagou R$ 2,5 mil para a publicação de mil exemplares da revista. E ela não está sozinha nessa onda independente dos quadrinhos em Belo Horizonte. Seu irmão, Vitor Cafaggi, gastou R$ 5 mil para a publicação de Duotoni. Ricardo Tokumoto investiu R$ 5 mil para o lançamento de Ryotiras e Ovelha negra. Além deles tem também o trio formado por Eduardo Damasceno, Bruno Ito e Luís Felipe Garrocho, que desde abril se agitam para o lançamento de Achados e perdidos. O livro, que vem acompanhado de um CD, se materializou por meio do crowd founding, ou seja, o financiamento coletivo, a popular “vaquinha”.

“Depois que decidimos publicar e lançar no FIQ pensamos: com que dinheiro? Fizemos os orçamentos e nos cadastramos no site Catarse. Oferecemos o livro em pré-venda e conseguimos R$ 30 mil”, conta Damasceno. Dos mil exemplares produzidos para o FIQ, mais da metade já tem dono, feito que deixa Daniel animado com o mercado mineiro. “Desde abril organizamos encontros para os quadrinistas de BH se conhecerem. Em um desses encontros decidimos montar um estande juntos”, diz.

Assim nasceu o Pandemônio, o espaço do FIQ onde serão lançados pelo menos 10 trabalhos de jovens profissionais do estado, que, curiosamente, passam de meros frequentadores a profissionais em atividade no festival. “Foi no penúltimo FIQ que decidi seguir essa carreira. É estamos caminhando junto com o festival”, concorda Vitor Cafaggi.

Assim como ele, a maioria dos artistas mineiros que lançam livros no evento está em início de carreira e fazendo investimento próprio para dar visibilidade à criação. O Pandemônio é o exemplo da compreensão de que em eventos do tipo não só os autores, mas sobretudo os trabalhos, precisam estar presentes. “A gente aproveita por ser esse um dos maiores festivais da América Latina para lançar e conhecer coisa nova”, avalia Ricardo Tokumoto.

Diferença
São iniciativas como esta que levam o “veterano” Fábio Moon a apostar que os artistas brasileiros é que fazem a diferença no cenário contemporâneo. Ao descobrir que estavam com a faca e o queijo na mão, seguiram em frente. “Eles perceberam que às vezes é melhor começar por conta própria, porque isso chama a atenção. É o trabalho que repercute. Os autores estão fazendo a diferença, mostrando a cara dos quadrinhos e a variedade possível. É isso que está criando essa sensação boa”, afirma Fábio.

O FIQ 2011 promete embarcar nessa onda. Além de 44 oficinas, 69 convidados e 10 exposições, uma das novidades é a vinda de Eddie Berganza, executivo da DC Comics; C. B. Cebulski, vice-presidente sênior de Desenvolvimento de Criadores e Conteúdo na Marvel Entertainment, para a Komacon, agência sul-coreana de quadrinistas; e Fabrizio Andriani, representante da agência europeia Tomato Farm. Eles estarão em Belo Horizonte entre 9 e 13 de novembro exclusivamente para a avaliação de portfólio dos brasileiros.

“São os três grandes mercados do mundo, então esse retorno é importante para os profissionais. É o momento de ter contato direto com os editores, coisa que é muito difícil, a não ser em eventos desse tipo”, garante o coordenador do FIQ, Afonso Andrade. Para ele, o festival – realizado há 14 anos – é responsável pela criação de não apenas uma geração dedicada aos quadrinhos em Belo Horizonte, mas também na profissionalização e no crescimento da linguagem.

“Temos vários artistas que trabalham para o mercado americano”, lembra. O mineiro de Contagem Ed Barros, por exemplo, já foi o responsável pelos traços de Super-Homem e hoje assina a Noturna; o Will Conrad, é exclusivo da Marvel; Eduardo Pansica já desenhou a Mulher Maravilha. “Além do mercado americano, temos uma tradição também no independente. A revista Graffiti é a publicação mais longeva do quadrinho nacional”, completa. A próxima edição da Graffiti será criada durante os cinco dias do FIQ.



Bibliografia sugerida para a elaboração de atividades pedagógicas:
CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara. Histórias em Quadrinhos na escola. São Paulo: Paulus, 2004.
CARVALHO, DJ. A educação está no gibi. Campinas/SP: Papirus, 2006.
KRAUSS, Cristina. Apontamentos sobre Quadrinhos no ensino/aprendizagem de Artes Visuais. Belo Horizonte: EnsinArte, 2009.
MENDONÇA, João Marcos Pereira. Traço traço quadro a quadro: a produção de histórias em quadrinhos no ensino de Arte. Belo Horizonte: A/Arte, 2008.
RAMA, Ângela; VERGUEIRO, Waldomiro (orgs). Como usar Histórias em Quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004.

DA EXPOSIÇÃO À SALA DE AULA: 2a MOSTRA DE ARTE SACRA RECUPERADA

Entre os dias 18 de novembro e 1º de dezembro, a Rodoviária de Belo Horizonte recebe a 2ª Mostra de Arte Sacra Recuperada. O acervo é composto por peças sacras dos séculos 19 e 20, que foram apreendidas em decorrência do cometimento de crimes contra o patrimônio e que estavam guardadas em um galpão da Seção de Bens Apreendidos da Polícia Civil por mais de uma década. A mostra é uma iniciativa do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) e a Arquidiocese de Belo Horizonte, com apoio do Ministério Público de Minas Gerais.

A rodoviária foi escolhida para abrigar a Mostra por ser um local de grande circulação de pessoas que podem auxiliar na descoberta da procedência das imagens, crucifixos, castiçais, cálices, âmbulas e patenas, turíbulos e navetas, missais, custódias, livros, medalhas e outros para que sejam devolvidos a seus locais de origem. Em junho deste ano, o Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte recebeu a 1ª edição da Mostra.

Segundo a Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC/MPE), caso alguma peça seja identificada, será feito um Termo de Compromisso entre o Ministério Público e a Paróquia, que receberá a peça assumindo a responsabilidade por sua conservação e pela adoção de medidas de prevenção contra roubos e furtos.

(IEPHA)

DA EXPOSIÇÃO À SALA DE AULA: O NEGRO NA FORMAÇÃO DE VILA RICA, CULTURA E RELIGIOSIDADE

O Museu da Inconfidência abriu mostra relativa à Consciência Negra nesta sexta, dia 25 de novembro de 2011. Para celebrar o Ano Internacional da Afro-descendência, os 300 anos de elevação à Vila dos arraiais que originaram Ouro Preto e o mês da Consciência Negra, o Museu da Inconfidência inaugurou, nesta sexta-feira (25), às 20h, a mostra O Negro na Formação de Vila Rica, Cultura e Religiosidade, que permanecerá em cartaz na Sala Manoel da Costa Athaide (Rua Vereador Antônio Pereira, 33) até 29 de janeiro de 2012. Serão expostas imagens de santos e objetos ligados à cultura afro-descendente, ao sincretismo religioso e ao ofício dos negros na antiga Minas Gerais.

As peças pertencem aos Museus da Inconfidência, Histórico Nacional (RJ) e Regional de Caeté, bem como Arquidiocese de Mariana e colecionadores particulares de Minas Gerais. O espaço físico será ambientado com a imagem do retábulo da Igreja de Santa Efigênia do Alto da Cruz que, segundo a lenda, foi construída por Chico Rei e a sua tribo recém-alforriada. No ato de abertura do evento, haverá apresentações do Teatro de Bonecos Giramundo (BH), com o espetáculo Os Orixás, do Grupo Samba de Raiz (Ouro Preto) e do Congado de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia. A visitação é gratuita.

O QUÊ: Abertura da exposição O Negro na Formação de Vila Rica, Cultura e Religiosidade
QUANDO: Dia 25 de novembro, a partir das 20h
ONDE: Apresentação do Teatro de Bonecos Giramundo (espetáculo “Os Orixás”) e do Congado de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia no Interior do Museu da Inconfidência, a partir das 20h, e apresentação do Grupo Samba de Raiz e abertura da Mostra no Anexo I, Sala Manoel da Costa Athaide (Rua Vereador Antônio Pereira, 33).
VISITAÇÃO DA MOSTRA: Terça a domingo, das 12 às 18h, de 26 de novembro de 2011 a 29 de janeiro de 2012.
CURADORIA: Geraldo Bonifácio de Freitas, Janine Menezes y Ojeda e Maria Margareth Monteiro
MAIS INFORMAÇÕES: (31) 3551-6023, 9258-8407 e mdinc.ascom@museus.gov.br


Foto: Escultura policromada de Santa Efigênia. Acervo: Edson Xavier. 47cm x 18 cm. S/D. Fotógrafo: Aldo Araújo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A CONTRIBUIÇÃO DE 'SITES', 'BLOGS' QUE ABORDAM A ARTE PRODUZIDA EM/SOBRE MINAS PARA AS AULAS DE ARTES VISUAIS: O CASO DO SITE "ARTE EM OURO PRETO"

O 'site' ARTE EM OURO PRETO é um projeto virtual, conduzido pela jornalista cultural Patrícia Lapertosa, nasceu da idéia despretensiosa de se reunir pinturas da bela e barroca paisagem ouropretana. Com a aquisição das primeiras telas, mostrou-se vasto o universo de artistas que captaram e ainda hoje captam a aura luminosa da cidade, ainda que envolta em névoas. Além de artistas ouro-pretanos e dos que vivem nela hoje, muitos são os que visitaram ou viveram em Ouro Preto, motivados em retratar sua particular paisagem colonial, a despeito das escolas artísticas a que estiveram vinculados.

Esses artistas e suas expressões plásticas serviram de mote para a idealização e concretização do projeto ARTE EM OURO PRETO, que se estrutura neste sítio eletrônico, segmentado em três áreas: ARTE, CULTURA e GASTRONOMIA, tendo a cidade e seu patrimônio artístico, cultural e histórico como temas recorrentes.

Em ARTE estão reunidos artistas nascidos em Ouro Preto, que nela residam ou que retratem sua paisagem, com acervo exclusivo de algumas de suas telas, perfil biográfico, textos referentes a seus trabalhos, autorais ou não, e material documental sobre suas trajetórias artísticas.

Em CULTURA são ofertados roteiros de visitas temáticas e interpretativas à cidade, a saber: Tiradentes e a Inconfidência Mineira; Aleijadinho, Ataíde e o Barroco Mineiro; e, Jacubas e Mocotós, Raízes da Culinária Mineira, em projeto que se intitula OURO PRETO 18! por remeter ao legado setecentista da cidade.

E, em GASTRONOMIA, são apresentados eventos gastronômicos realizados na cidade, especialmente, almoços promovidos pelo gourmet Marquinhos Andrade em sua oficina gastronômica “Sábados”, situada em sítio bucólico próximo a Ouro Preto.

Múltiplo, interativo e imediato, o site ARTE EM OURO PRETO pretende estimular e promover “conversas” variadas por meiro de textos postados na página inicial do site (ou em
http://arteouropreto.blogspot.com/ (sem o "em")) e a troca de informações sobre esse vasto universo, ainda que tão particularmente barroco.
OURO PRETO é uma cidade viva, plural e inquietante. Aventure-se a conhecer e descobrir tudo o que ela oferece. Mantenha-se conectado ao projeto ARTE EM OURO PRETO!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

PROJETO PEDAGÓGICO - MATERIAL PEDAGÓGICO - CADERNO DE ARTE DA 8a BIENAL DO MERCOSUL

A CHITA EM AULAS DE ARTES VISUAIS - CONHECIMENTO ARTÍSTICO E ESTÉTICO

OS ORATÓRIOS EM SALAS DE AULAS DE ARTES VISUAIS EM MINAS: DO MUSEU, DOS CATÁLOGOS PARA A SALA DE AULA

ALEIJADINHO EM SALAS DE AULAS DE ARTES VISUAIS EM MINAS: DO MUSEU, DOS CATÁLOGOS PARA A SALA DE AULA

O ENSINO DE ARTE - UMA REFLEXÃO SOBRE A NECESIDADE DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES PARA A FORMAÇÃO ADEQUADA DOS ESTUDANTES

Por Rosa Iavelberg 
A educação em arte ganha crescente importância quando se pensa na formação necessária para uma adequada inserção social, cultural e profissional do jovem contemporâneo. Ela imprime sua marca ao demandar um sujeito da aprendizagem criador, propositor, reflexivo e inovador. Se hoje o aluno deve ser formado para enfrentar situações incertas e para resistir às imposições de velocidade e de fragmentação que caracterizam a contemporaneidade, a arte pode colaborar e muito. Na construção da identidade artística das crianças e dos jovens que frequentam as escolas, os professores têm um papel significativo. Sua colaboração é ainda maior quando sabem respeitar os modos de aprendizagem e dedicar o tempo necessário a fornecer orientações e conteúdos adequados para a formação em arte, que inclui tanto saberes universais como aqueles que se relacionam ao cotidiano do aluno.

É o professor quem promove o fazer artístico, a leitura dos objetos estéticos e a reflexão sobre a arte, de modo que o aluno possa se desenvolver como um sujeito governado por si próprio ao mesmo tempo em que interage com os símbolos da cultura. Além de debater os conteúdos específicos da área, o professor deve estar atento para o temperamento de cada aluno, observando suas ações e individualidade. Ou seja, na formação em arte o plano da subjetividade dialoga permanentemente com as informações e orientações oferecidas pelo professor. Acolher e exigir são os pólos da oscilação pendular, que representa os movimentos do professor nas orientações didáticas em arte. Dessa forma, são criadas as condições para que o aluno sinta-se bem ao manifestar seus pontos de vista e mostrar suas criações artísticas na sala de aula, além de favorecer a construção de uma imagem positiva de si mesmo como conhecedor e produtor em arte.

Assim, fazem parte do conjunto de ações desenvolvidas pelo professor nessa área: orientar os processos de criação artística oferecendo suporte técnico, acompanhando o aluno no enfrentamento dos obstáculos inerentes à criação, ajudando-o na resolução de problemas com dicas e perguntas e fazendo-o acreditar em si mesmo; propor exercícios que aprimoram a criação, informando-o sobre a História da Arte; promover a leitura, a reflexão e a construção de idéias sobre arte e ainda documentar os trabalhos e textos produzidos para análise e reflexão conjunta na sala de aula Cada imagem, cada gesto, cada som que emerge nas formas artísticas criadas em sala de aula têm grande importância, uma vez que se referem ao universo simbólico do aluno.

Portanto, exigem a atuação precisa do professor, o planejamento do tempo, a organização do espaço e a atenção aos processos de comunicação, tanto entre professor e aluno como entre os colegas de classe. Uma aprendizagem artística assim percorrida deixará marcas positivas na memória do aprendiz, um sentimento de competência para criar, interpretar objetos artísticos e refletir sobre arte sabendo situar as produções. Além disso, o aluno aprende a lidar com situações novas, inusitadas e incorpora competências e habilidades para expor publicamente suas produções e idéias com autonomia.

Isso não significa que arte promova a auto-estima num passe de mágica, pela simples afirmativa de que tudo o que o aluno faz e pensa em arte é ótimo. Cada um se sentirá confiante em relação a sua arte à medida que aprender efetivamente, atendendo aos três eixos de aprendizagem significativa: fazer, interpretar e refletir sobre arte, sabendo contextualizá-la como produção social e histórica. Dominar os processos de criação em arte, construindo um percurso cultivado, ou seja, informado pela cultura requer um professor orientador, que incentiva a produção, ensina os caminhos da criação e solicita do aluno envolvimento e constância. O apoio do professor, por sua vez, é alimentado pela sua atualização permanente, necessária para se ter familiaridade com o universo procedimental da arte.

Também as leituras de objetos artísticos, outra competência que promove a imagem positiva do aprendiz, devem ter papel destacado na sala de aula, porque além de cumprirem o papel de formação cultural, conectam a aprendizagem escolar ao patrimônio cultural. A instância de formação escolar integrada à produção social da arte é um aprendizado para a participação do jovem na sociedade. Ao atribuir e extrair significados das produções de críticos, historiadores da arte, jornalistas, artistas, filósofos, com a mediação do professor, os jovens compreendem e se situam no mundo como agentes transformadores. Nesse percurso de construção de saberes, cada aluno fará escolhas com liberdade e discernimento, o que caracteriza os processos de criação em arte e de aprendizagem autoral. Será, sim, influenciado pelas culturas, mas contará com traços propositivos e transformadores, próprios dos modos de continuar aprendendo sempre e por si, dentro e fora da escola, renovando-se em contato a diversidade de manifestações artísticas que revelam o movimento contínuo da arte e do conhecimento. A vida cultural pode (e deve) transitar pela escola. A visita a feiras e ateliês, mostras da cidade, apresentações de dança, teatro e música tem o objetivo de estabelecer a comunicação permanente entre o que se estuda e a cultura em produção, além dos estudos referentes à História da Arte.

Um aluno preparado para o futuro é aquele que acompanha seu tempo, ancorado em uma sólida formação. Nesse aspecto, a arte é, sem dúvida, uma base imprescindível por incluir as formas simbólicas que dizem respeito à humanização de todos os tempos e lugares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1985.
COLL, C. & MARTÍN E. & MAURI, T. & MIRAS, M. & ONRUBIA, J. & SOLÉ, I. & ZABALA, A. O Construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997.
FERRAZ, Maria Heloisa C. T. & FUSARI, Maria F. R. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1992.
FERNANDO, Hernandez & VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 1998.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender Arte: sala de aula e formação de professores. Porto Alegre: Artmed, 2003.
________________. Material didático como meio de formação – criação e utilização. In: Educação com arte/série Idéias 31. São Paulo: FDE, 2004.
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, MEC/SEF, 1997.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.


Rosa Iavelberg é doutora em Arte-Educação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Coordenou e elaborou os Parâmetros Nacionais Curriculares do Ensino Fundamental de 1a a 4a séries.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

SEMINÁRIO RECONFIGURAÇÕES DO PÚBLICO: ARTE, PEDAGOGIA E PARTICIPAÇÃO


O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em parceria com o departamento de educação e o programa internacional do MoMA de Nova York, a Casa Daros e a Fundação Bienal do Mercosul realizou de 8 a 10 de novembro de 2011 o seminário internacional Reconfigurações do público: arte, pedagogia e participação, um evento transdisciplinar que discutirá as perspectivas de atuação dos museus, instituições e espaços culturais alternativos no século 21.

O evento, que terá mesas-redondas, oficinas e grupos de estudos, discutirá de que maneira artistas, curadores e educadores podem responder às demandas atuais da sociedade.Cabe ressaltar o importante investimento da Petrobras para a realização desse Seminário,  que representa para nós o reconhecimento  ampliado do papel crítico da educação por parte desta fundamental mantenedora do MAM Rio, na circulação e pertencimento dos mais diversos e bem-vindos públicos ao museu, atualizando a compreensão de patrimônio, memória, produção e difusão das artes que envolve a missão deste momento da cidade do Rio de Janeiro,  que inspira  este evento internacional.

O seminário comemora um ano de existência do Núcleo Experimental de Educação e Arte do MAM Rio, uma experiência bem-sucedida interligada à curadoria do MAM, que busca afirmar uma nova perspectiva critica de atuação do Museu como laboratório de integração entre práticas curatoriais, artísticas e pedagógicas.

Este evento é resultado da parceria com o departamento de educação e o programa internacional do MoMA de Nova York, dando continuidade ao seminário realizado na instituição americana em julho último em colaboração com Jessica Gogan e Luiz Guilherme Vergara. Estarão no seminário do MAM Rio Wendy Woon e Pablo Helguera, diretora do departamento de educação e diretor do programa acadêmico e de adultos do MoMA.

A Fundação Bienal do Mercosul, através do seu projeto pedagógico na 8ª Bienal do Mercosul, é uma outra parceira importante.  Estarão presentes o curador-geral da 8ª Bienal do Mercosul, José Roca, o curador pedagógico Pablo Helguera e a coordenadora geral do projeto pedagógico Mônica Hoff.

Outro parceiro do seminário é a instituição Casa Daros, ligada à Coleção Daros-Latinamerica, com sede em Zurique, Suíça, uma das maiores no mundo em obras contemporâneas latino-americanas.  A Casa Daros estará presente no seminário através de seu diretor e sua gerente de arte e educação, Eugenio Valdés Figueroa e Bia Jabor, e trará ainda os artistas colombianos Oscar Muñoz e Juan Manuel Echavarría, que têm obras na coleção suíça e estão à frente de projetos que unem arte e educação.

TRANSDISCIPLINAR
Além deles, o seminário terá a participação de artistas, educadores, historiadores, curadores, sociólogos, e especialistas de várias disciplinas, brasileiros e estrangeiros. Os participantes são os artistas Carlos Vergara, Ernesto Neto, Elisa Bracher e Ricardo Basbaum; as historiadoras de arte Aracy Amaral e Sheila Cabo; a diretora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Claudia Saldanha; Cristiana Tejo (Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco); Danilo Streck (Unisinos, do Rio Grande do Sul); Frederico Coelho (PUC Rio); Frederico Morais (crítico); Jaílson Silva (Observatório de Favelas); Lígia Dabul (UFF); Luciano Vinhosa (UFF); Mara Pereira (Núcleo do MAM Rio); Márcia Ferran (UFF); e Paulo Herkenhoff (crítico e curador). Também participarão do seminário Janna Graham (Serpentine Gallery, Londres); Mick Wilson (artista, educador e crítico, Dublin, Irlanda), e Irene Small (historiadora de arte, EUA) e Sofia Olascoaga (educadora e curadora, México).

 PROGRAMAÇÃO

MESAS-REDONDAS -
» 8 de novembro de 2011, terça-feira
14h30 – Abertura
15h às 17h – Dilemas sociais na esfera pública da arte – perspectivas históricas e contemporâneas
  • Aracy Amaral, curadora, historiadora e crítica de arte
  • Paulo Herkenhoff, crítico de arte e curador
  • Moderador: Frederico Coelho, pesquisador e historiador (Departamento de Letras da PUC Rio)
17h30 às 19h30 – O Legado dos “Domingos da Criação” no MAM Rio para o futuro da criação
Exibição do filme “Um Domingo com Frederico”, de Guilherme Coelho, sobre os Domingos da Criação no MAM Rio, em 1971, seguido de um bate-papo entre o crítico Frederico Morais, o curador do MAM Rio Luiz Camillo Osorio e o artista Carlos Vergara.
» 9 de novembro de 2011, quarta-feira
11h às 13h – Zona limite: práticas artísticas sociais e culturais – projetos colombianos participantes da 8ª Bienal do Mercosul
  • Juan Manuel Echavarría, artista que realiza o projeto “La guerra que no hemos visto”
  • Oscar Muñoz, artista e diretor do projeto “Lugar a Dudas”
  • Moderador: Eugenio Valdés Figueroa, diretor de arte e educação da Casa Daros
14h30h às 16h30h – Artistas, instituições e a esfera pública
  • Mick Wilson, artista, educador e critico (Dublin, Irlanda) – co-organizador da publicação “Curating and the Educational Turn”
  • Eugenio Valdés Figueroa, diretor de arte e educação da Casa Daros
  • Debatedores:  Ernesto Neto  e Ricardo Basbaum
  • Moderador: Luiz Guilherme Vergara, departamento de arte, UFF, coordenador do Núcleo Experimental de Educação e Arte do MAM Rio e fundador do Instituto MESA
17h às 19h – O sentido do público: perspectivas e intercâmbios entre arte e pedagogia
  • Danilo Streck, professor no programa de pós-graduação em educação da UNISINOS, do Rio Grande do Sul
  • Pablo Helguera, artista e diretor do programa acadêmico e de adultos do MoMA
  • Debatedores: Claudia Saldanha, diretora da Escola de Arte Visuais do Parque Lage e Sheila Cabo, historiadora da arte, professora do Instituto de Artes da UERJ
  • Moderador: Jessica Gogan, coordenadora do Núcleo Experimental de Educação e Arte do MAM Rio, fundadora do Instituto MESA, e doutoranda em história de arte pela Universidade de Pittsburgh, EUA
» 10 de novembro de 2011, quinta-feira
14h30h às 16h30h – Reconfigurações curatoriais e pedagógicas nas instituições: arquivo, projeto e  publicação
  • Wendy Woon, diretora de educação do MoMA de Nova York
  • Mara Pereira, coordenadora de ações e conteúdo do Núcleo Experimental do MAM Rio
  • Janna Graham, curadora de projetos da Serpentine Gallery, Londres
  • Moderador: Cristiana Tejo, Fundação Joaquim Nabuco, Recife
17h às 19h: Zona limite – arte, cultura e agenciamentos: perspectivas curatoriais, artísticas e socioculturais
  • José Roca, curador geral da 8ªBienal do Mercusul – “Ensaios de Geopoética”
  • Elisa Bracher, artista
  • Jailson Silva, geógrafo e sociólogo, professor da UFF e fundador do Observatório de Favelas
  • Moderador: Marta Mestre
Coordenação: Jessica Gogan e Luiz Guilherme Vergara (Núcleo Experimental de Educação e Arte do MAM)
Colaboração: Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre (Curadoria do MAM)
Parceria: Departamento de Educação e Programa Internacional do MoMA de Nova York, Casa Daros e Fundação Bienal do Mercosul
Patrocínio: Petrobras
Apoio: Fundação Roberto Marinho
Mantenedores do MAM: Light e Petrobras
Patrocinadores do Núcleo Experimental de Educação e Arte: Petrobras e Unimed-Rio

A ARTE, ARTES VISUAIS O ENSINO DE ARTES VISUAIS NO 13o SEMINÁRIO DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UEMG




Começa quarta-feira, dia 16, em Belo Horizonte, a 13ª edição do Seminário de Pesquisa e Extensão, um relevante evento do estado de Minas Gerais para divulgação de resultados de iniciação científica, pesquisas e de projetos extensionistas realizados na UEMG.Estão inscritas para apresentação e audição mais de 600 pessoas entre alunos e professores da UEMG e de outras instituições de Ensino.

Segundo a coordenação do evento, o Seminário tem como princípios a divulgação dos trabalhos realizados pelos jovens que participam de programas institucionais de bolsas de iniciação científica e extensão e sua integração com a comunidade. “A organização deste ano é mais temática que a dos anos anteriores. A distribuição dos materiais pelas salas, por exemplo, será feita por área de conhecimento, permitindo maior interação entre pesquisadores que atuam em áreas similares”, avalia a professora Terezinha Gontijo, pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UEMG.

Segundo ela, a intenção que começa a se expressar esse ano é ampliar a Abrangência do evento para que compreenda, daqui para frente, uma gama dos projetos de Pesquisa desenvolvidos na Universidade. “O Seminário atualmente é, predominantemente,uma exposição de iniciação científica, ou seja, historicamente os alunos bolsistas têm apresentado os resultados das pesquisas nas quais estão envolvidos, mas isso não contempla o conjunto de pesquisas desenvolvidas na Universidade. Por isso,nesse ano, paralelamente à apresentação dos alunos, iremos promover uma pequena Mostra da Pesquisa, realizada na Universidade”, explica.

A Pró-reitora de Extensão, professora Vânia Aparecida Costa afirmou que o Seminário é uma ocasião única para que os alunos possam mostrar os projetos trabalhados e conhecer outros desenvolvidos por outras unidades. “ O seminário possibilita aos nossos alunos dois momentos: o de mostrar suas atividades como bolsistas e de conhecer a produção da Universidade”. Segundo ela, o Seminário é diferente da Semana UEMG, outro evento da Pró-Reitoria de Extensão, quando atividades de Extensão se espalham por todas as Unidades.

A apresentação dos trabalhos será feita por exposição oral ou pela exibição e explicação de pôsteres informativos. Completando a programação, estão programadas seis mesas coordenadas com professores convidados, uma palestra de abertura e apresentações musicais.
Apresentação
A Universidade do Estado de Minas Gerais promoverá nos dias 16, 17 e 18 de novembro de 2011, em Belo Horizonte, o “13º Seminário de Pesquisa e Extensão da UEMG”, com o objetivo de difundir o ensino superior de qualidade e promover a indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão. Como uma universidade multicampi, a UEMG tem o Seminário como o maior evento integrador das Unidades localizadas em diferentes cidades do Estado de Minas Gerais.
Os principais objetivos do Seminário são divulgar, socializar e avaliar a produção científica e extensionista de alunos bolsistas e de docentes orientadores. Nessa oportunidade, os demais professores e alunos da Universidade também apresentam os resultados de pesquisas e projetos de extensão. O Seminário é aberto ao público em geral.

Promoção e Realização
Universidade do Estado de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG)
Pró-Reitoria de Extensão (PROEX)
Apoio
CapesFapemigCNPqMG
Fonte consultada: http://www.uemg.br/seminarios/index.php