O maior evento de quadrinhos brasileiro reuniu a imensa maioria do pessoal que faz HQ no Brasil. Com 13 convidados internacionais, mais de 50 quadrinistas nacionais e 8 exposições, o Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte realizou sua sétima edição (bi-anual).
Toda a programação aconteceu na Serraria Souza Pinto (av. Assis Chateaubriand, 809), das 9h às 22h com entrada é gratuita, porém eventos como palestras e bate-papos tiveram limite de participantes.
A edição do ano fez homenagem a Maurício de Sousa - desde o cartaz com a Turma da Mônica -, que abriu o evento. Outro nome que foi lembrado este ano foi o de Carlos Trillo, convidado do evento que faleceu no início do ano. As oficinas, sessões de autógrafos, lançamentos e avaliações de portfólios aconteceram na recém-batizada Arena Carlos Trillo.
Os artistas mineiros se preparam para mostrar trabalhos e brigar por novos mercados conforme se pode verificar na entrevista veiculada pelo jornal Estado de Minas:
“O importante é colocar a mão na massa, não ficar cheio de medinho e achar que não tem espaço no mercado, porque tem sim”, recomendaram os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá na última passagem pelo Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, o FIQ. Era 2009 e naquela época a aspirante a desenhista Luciana Cafaggi ziguezagueava pelos corredores do evento à procura de um norte na vida. Passados dois anos, ela voltará a caminhar entre exposições, debates e lançamentos, mas a postura será outra.
A próxima edição do FIQ, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte por meio da Fundação Municipal de Cultura, começa dia 9 de novembro. Em vez de caça de autógrafos, é bem provável que Luciana dê autógrafos, quem sabe até para os badalados gêmeos. É que enquanto eles lançam o premiado livro Daytripper no festival mineiro, ela estreia no mercado independente com Mixtape, uma pequenina e charmosa revista em formato de fita cassete com quatro histórias. “Lembro-me de eles falarem: ‘Você só vai alcançar seu sonho se começar a fazer de verdade’. Foi o que fiz”, conta.
Do próprio bolso, Luciana Cafaggi pagou R$ 2,5 mil para a publicação de mil exemplares da revista. E ela não está sozinha nessa onda independente dos quadrinhos em Belo Horizonte. Seu irmão, Vitor Cafaggi, gastou R$ 5 mil para a publicação de Duotoni. Ricardo Tokumoto investiu R$ 5 mil para o lançamento de Ryotiras e Ovelha negra. Além deles tem também o trio formado por Eduardo Damasceno, Bruno Ito e Luís Felipe Garrocho, que desde abril se agitam para o lançamento de Achados e perdidos. O livro, que vem acompanhado de um CD, se materializou por meio do crowd founding, ou seja, o financiamento coletivo, a popular “vaquinha”.
“Depois que decidimos publicar e lançar no FIQ pensamos: com que dinheiro? Fizemos os orçamentos e nos cadastramos no site Catarse. Oferecemos o livro em pré-venda e conseguimos R$ 30 mil”, conta Damasceno. Dos mil exemplares produzidos para o FIQ, mais da metade já tem dono, feito que deixa Daniel animado com o mercado mineiro. “Desde abril organizamos encontros para os quadrinistas de BH se conhecerem. Em um desses encontros decidimos montar um estande juntos”, diz.
Assim nasceu o Pandemônio, o espaço do FIQ onde serão lançados pelo menos 10 trabalhos de jovens profissionais do estado, que, curiosamente, passam de meros frequentadores a profissionais em atividade no festival. “Foi no penúltimo FIQ que decidi seguir essa carreira. É estamos caminhando junto com o festival”, concorda Vitor Cafaggi.
Assim como ele, a maioria dos artistas mineiros que lançam livros no evento está em início de carreira e fazendo investimento próprio para dar visibilidade à criação. O Pandemônio é o exemplo da compreensão de que em eventos do tipo não só os autores, mas sobretudo os trabalhos, precisam estar presentes. “A gente aproveita por ser esse um dos maiores festivais da América Latina para lançar e conhecer coisa nova”, avalia Ricardo Tokumoto.
Diferença
São iniciativas como esta que levam o “veterano” Fábio Moon a apostar que os artistas brasileiros é que fazem a diferença no cenário contemporâneo. Ao descobrir que estavam com a faca e o queijo na mão, seguiram em frente. “Eles perceberam que às vezes é melhor começar por conta própria, porque isso chama a atenção. É o trabalho que repercute. Os autores estão fazendo a diferença, mostrando a cara dos quadrinhos e a variedade possível. É isso que está criando essa sensação boa”, afirma Fábio.
O FIQ 2011 promete embarcar nessa onda. Além de 44 oficinas, 69 convidados e 10 exposições, uma das novidades é a vinda de Eddie Berganza, executivo da DC Comics; C. B. Cebulski, vice-presidente sênior de Desenvolvimento de Criadores e Conteúdo na Marvel Entertainment, para a Komacon, agência sul-coreana de quadrinistas; e Fabrizio Andriani, representante da agência europeia Tomato Farm. Eles estarão em Belo Horizonte entre 9 e 13 de novembro exclusivamente para a avaliação de portfólio dos brasileiros.
“São os três grandes mercados do mundo, então esse retorno é importante para os profissionais. É o momento de ter contato direto com os editores, coisa que é muito difícil, a não ser em eventos desse tipo”, garante o coordenador do FIQ, Afonso Andrade. Para ele, o festival – realizado há 14 anos – é responsável pela criação de não apenas uma geração dedicada aos quadrinhos em Belo Horizonte, mas também na profissionalização e no crescimento da linguagem.
“Temos vários artistas que trabalham para o mercado americano”, lembra. O mineiro de Contagem Ed Barros, por exemplo, já foi o responsável pelos traços de Super-Homem e hoje assina a Noturna; o Will Conrad, é exclusivo da Marvel; Eduardo Pansica já desenhou a Mulher Maravilha. “Além do mercado americano, temos uma tradição também no independente. A revista Graffiti é a publicação mais longeva do quadrinho nacional”, completa. A próxima edição da Graffiti será criada durante os cinco dias do FIQ.
A próxima edição do FIQ, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte por meio da Fundação Municipal de Cultura, começa dia 9 de novembro. Em vez de caça de autógrafos, é bem provável que Luciana dê autógrafos, quem sabe até para os badalados gêmeos. É que enquanto eles lançam o premiado livro Daytripper no festival mineiro, ela estreia no mercado independente com Mixtape, uma pequenina e charmosa revista em formato de fita cassete com quatro histórias. “Lembro-me de eles falarem: ‘Você só vai alcançar seu sonho se começar a fazer de verdade’. Foi o que fiz”, conta.
Do próprio bolso, Luciana Cafaggi pagou R$ 2,5 mil para a publicação de mil exemplares da revista. E ela não está sozinha nessa onda independente dos quadrinhos em Belo Horizonte. Seu irmão, Vitor Cafaggi, gastou R$ 5 mil para a publicação de Duotoni. Ricardo Tokumoto investiu R$ 5 mil para o lançamento de Ryotiras e Ovelha negra. Além deles tem também o trio formado por Eduardo Damasceno, Bruno Ito e Luís Felipe Garrocho, que desde abril se agitam para o lançamento de Achados e perdidos. O livro, que vem acompanhado de um CD, se materializou por meio do crowd founding, ou seja, o financiamento coletivo, a popular “vaquinha”.
“Depois que decidimos publicar e lançar no FIQ pensamos: com que dinheiro? Fizemos os orçamentos e nos cadastramos no site Catarse. Oferecemos o livro em pré-venda e conseguimos R$ 30 mil”, conta Damasceno. Dos mil exemplares produzidos para o FIQ, mais da metade já tem dono, feito que deixa Daniel animado com o mercado mineiro. “Desde abril organizamos encontros para os quadrinistas de BH se conhecerem. Em um desses encontros decidimos montar um estande juntos”, diz.
Assim nasceu o Pandemônio, o espaço do FIQ onde serão lançados pelo menos 10 trabalhos de jovens profissionais do estado, que, curiosamente, passam de meros frequentadores a profissionais em atividade no festival. “Foi no penúltimo FIQ que decidi seguir essa carreira. É estamos caminhando junto com o festival”, concorda Vitor Cafaggi.
Assim como ele, a maioria dos artistas mineiros que lançam livros no evento está em início de carreira e fazendo investimento próprio para dar visibilidade à criação. O Pandemônio é o exemplo da compreensão de que em eventos do tipo não só os autores, mas sobretudo os trabalhos, precisam estar presentes. “A gente aproveita por ser esse um dos maiores festivais da América Latina para lançar e conhecer coisa nova”, avalia Ricardo Tokumoto.
Diferença
São iniciativas como esta que levam o “veterano” Fábio Moon a apostar que os artistas brasileiros é que fazem a diferença no cenário contemporâneo. Ao descobrir que estavam com a faca e o queijo na mão, seguiram em frente. “Eles perceberam que às vezes é melhor começar por conta própria, porque isso chama a atenção. É o trabalho que repercute. Os autores estão fazendo a diferença, mostrando a cara dos quadrinhos e a variedade possível. É isso que está criando essa sensação boa”, afirma Fábio.
O FIQ 2011 promete embarcar nessa onda. Além de 44 oficinas, 69 convidados e 10 exposições, uma das novidades é a vinda de Eddie Berganza, executivo da DC Comics; C. B. Cebulski, vice-presidente sênior de Desenvolvimento de Criadores e Conteúdo na Marvel Entertainment, para a Komacon, agência sul-coreana de quadrinistas; e Fabrizio Andriani, representante da agência europeia Tomato Farm. Eles estarão em Belo Horizonte entre 9 e 13 de novembro exclusivamente para a avaliação de portfólio dos brasileiros.
“São os três grandes mercados do mundo, então esse retorno é importante para os profissionais. É o momento de ter contato direto com os editores, coisa que é muito difícil, a não ser em eventos desse tipo”, garante o coordenador do FIQ, Afonso Andrade. Para ele, o festival – realizado há 14 anos – é responsável pela criação de não apenas uma geração dedicada aos quadrinhos em Belo Horizonte, mas também na profissionalização e no crescimento da linguagem.
“Temos vários artistas que trabalham para o mercado americano”, lembra. O mineiro de Contagem Ed Barros, por exemplo, já foi o responsável pelos traços de Super-Homem e hoje assina a Noturna; o Will Conrad, é exclusivo da Marvel; Eduardo Pansica já desenhou a Mulher Maravilha. “Além do mercado americano, temos uma tradição também no independente. A revista Graffiti é a publicação mais longeva do quadrinho nacional”, completa. A próxima edição da Graffiti será criada durante os cinco dias do FIQ.
Confira a programação: http://fiqbh.com.br/wp-content/uploads/2011/09/FIQ2011.PDF
Bibliografia sugerida para a elaboração de atividades pedagógicas:
CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara. Histórias em Quadrinhos na escola. São Paulo: Paulus, 2004.
CARVALHO, DJ. A educação está no gibi. Campinas/SP: Papirus, 2006.
KRAUSS, Cristina. Apontamentos sobre Quadrinhos no ensino/aprendizagem de Artes Visuais. Belo Horizonte: EnsinArte, 2009.
MENDONÇA, João Marcos Pereira. Traço traço quadro a quadro: a produção de histórias em quadrinhos no ensino de Arte. Belo Horizonte: A/Arte, 2008.
RAMA, Ângela; VERGUEIRO, Waldomiro (orgs). Como usar Histórias em Quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004.
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